Embora possamos nunca resolver o maior de todos os mistérios, o que acontece após a morte, as provas sugerem que podemos fazer parte de algo maior que não conseguimos compreender.
Existem diversas formas de ver a morte, ela varia de acordo com a cultura e o meio social, sendo encarada sempre em um misto de tristeza e alegria. Quando nos deparamos com obras que nos fazem pensar e refletir sobre esse tema, mesmo que por alguns minutos, muitas vezes nos deparamos com um conjunto de reações espontâneas, que envolvem nossos sentimentos.
Nosso personagem favorito morreu e ficamos tristes de verdade, sentimos aquela dor - que levante a mão aquele que nunca passou por isso em um filme, série, animação ou HQ, somos apresentados a uma realidade que poderia ser a nossa mais não é, vemos amigos que poderiam ser os nossos, mas não são e então vemos personagens que poderiam ser interpretados por nós mesmos, mas não somos eles. Porém, toda essa empatia, toda essa comoção e o envolvimento que nos é proporcionado, nos faz sentir o remorso, nos faz sentir a raiva, a tristeza e quando vemos estamos de luto por alguém que não existem.
Assim, podemos começar dizendo que o luto por personagesns ficiticios é real, é possível, pois quando adentramos nesse mundo único que as HQs nos proporcionam, nos tornamos parte dele e carregamos conosco os impactos da história. Ao longo dos anos muitos grandes personagens encontraram a morte, podemos citar aqui o Capitão América, o Superman, o Flash, Ciclope, Wolverine, entre muitos outros.
A morte como um todo não é um fator estranho dentro das HQs, se pensarmos que o Batman surgiu devido ao assassinato dos pais, que uma das histórias mais marcantes do Homem-Aranha se chama À noite em que Gwen Stacey morreu, notamos que a morte ronda as histórias e para essas questões sempre temos aquele coadjuvante prestativo ou impulsivo, que ambiciona fazer as coisas direito, mas tudo que consegue é errar quando diante do Herói principal, isso tudo acontece para que quando o clímax da obra finalmente chegue, seja o seu sacrifício voluntário ou não que dá margem para o antagonista mostrar a que veio, nos permite chorar e sofrer com aquela perda e então, superado o luto, nossas vidas podem seguir.
Quando falamos de trazer a morte para os grandes personagens, aqueles que possuem anos de casa a história se torna outra, muitos deles podem ter morrido, mas não foi um efeito duradouro, não o bastante para causar impacto, o anúncio hoje de um personagem importante que se encontra as portas da morte, não choca, não toca ninguém, pois todo o ciclo necessário foi quebrado e a morte banalizada.
Enquanto não houver coragem de promover evoluções reais para os personagens, uma vez que muitos se encontram presos nos mesmos padrões de quando surgiram, a morte e o peso que ela carrega não vai existir, aqui por isso eu utilizo uma imagem referente a icônica HQ a morte do Capitão Marvel, que nos tráz um personagem de suma importância no contexto geral, cuja morte reúne todos aos seu redor apenas para se despedir, vemos ali o quanto aquele simples momento tem valor e ao pensarmos no futuro Mar-Vell deixou um legado que continuou com suas próprias histórias.
Essa é a verdadeira evolução, entender que as coisas possuem um início e um fim, e saber o momento de atribuir os dois. E aqui eu termino esse texto, que toca num assunto tão sensível, em um período de sensiblidades, com essa frase:
A morte não é nada para nós, pois, quando existimos, não existe a morte, e quando existe a morte, não existimos mais. Mas eis a hora de partir: eu para morte, vós para a vida. Quem de nós segue o melhor rumo ninguém o sabe, exceto os deuses.
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