Espantalho e seu gás do medo, vamos tentar descobrir como ele funciona?

~Rumor aponta que o Espantalho deve aparecer na 2ª temporada de 'Batwoman' —  HQzona

 Aqui estamos de novo, novamente vamos olhar para um vilão da galeria do homem morcego e assim como antes vamos falar sobre um gás, porém dessa vez o efeito dele é completamente diferente. Hoje, estamos aqui para aprender um pouco mais sobre o famoso gás do medo usado pelo vilão espantalho.

A primeira aparição do personagem foi em 1941 na revista World's Finest Comics 3, com o alter ego de Jonathan Crane, um psiquiatra obcecado pela natureza do medo que devido ao seu porte esquálido recebeu o apelido de espantalho. Ele lecionava na Universidade de Gotham onde utilizava métodos questionáveis, que por muitas vezes provocavam reações fortes em seus alunos, uma vez que ele testava um gás que tinha desenvolvido nos estudantes. O gás se destacava por ser capaz de causar alucinações de horror, quando isso foi descoberto Crane foi demitido, mas não sem antes atacar vários diretores, que morreram, vítimas de ataques cardíacos resultantes do terror que as alucinações do gás provocavam. Sendo esse o ponto em que ele passa a cometer crimes que sempre o colocam de frente com o Batman, sem nunca deixar de usar sua arma mais forte.

O gás é uma substância versátil e já foi utilizado como gás, dardos, cápsulas, e outras formas, ao contrário do gás do riso, utilizado pelo Coringa, nunca foi dada uma fórmula oficial para a composição do gás do medo, porém algumas informações chaves podem ser analisadas. Em uma de suas diversas versões, o espantalho usa uma flor rara que cresce nas cordilheiras do Himalaia para fazer o gás do medo.

Mas seria uma flor capaz de causar esses efeitos tão brutais, ao ponto de matar alguém? A resposta é sim. Algumas flores possuem toxinas muito perigosas, que inclusive atuam como alucinógenas. Dentre essas podemos citar uma em específico que pertence a família das Solanaceae. Essa família compreende aproximadamente 2600 espécies que se distribuem em 90 gêneros, e apesar de algumas serem tóxicas, outras são usadas na alimentação cotidiana, são exemplos disso: o tomate e a batata. 

A flor a qual nos referimos é conhecida popularmente como erva do diabo ou pelo nome científico de Datura stramonium (Estramônio) que é originária da Ásia Menor, em regiões à volta da Cordilheira do Himalaia e do Mediterrâneo, mas que foi levada para diversas regiões do mundo, sendo atualmente encontrada em diversas regiões do mundo, inclusive com ampla presença no Continente Americano, sendo que no Brasil ela pode ser encontrada em diferentes partes do País, mas nunca em grandes concentrações.

                                                        

Essa planta se caracteriza por ter um caule ramificado com folhas alternas, ovais, dentadas e malcheirosas. Nas extremidades dos caules, formam-se grandes flores de cor branca ou violeta. O fruto é uma cápsula fechada com as sementes dentro, que possuem a cor preta. A planta como um todo é venenosa, sendo tóxica não só para o homem, mas também para os animais.

Tudo bem, mas qual a possível relação entre essa planta e o gás do medo? Acontece que as sementes de Estramônio apresentam três substâncias químicas: a hiosciamina, atropina e escopolamina. E é sobre elas que vamos falar agora. A combinação dessas substâncias possuem efeitos psicoativos alucinógenos, que lembram o estado de embriaguez, que pode terminar em sono acompanhado de amnésia. Elas causam delírios, sensações de perda da realidade, criando um quadro fantasioso em que o sujeito pode ver pessoas, animais e locais que não existem e interagir com eles, junto a isso em doses maiores a pessoa pode ter aumento na pulsação, fechamento da íris, ataxia, agitação, excitação e por fim entrar em um estado de coma.

Vendo todos esses efeitos, não é díficil de acreditar que essa planta tenha sido mesmo utilizada para a composição do gás do medo, uma vez que ela apresenta todos esses ativos que são encontrados em drogas modernas, como LSD, o “Boa noite Cinderela” entre outras, assim como temos que considerar que o professor Crane não lecionava apenas na psiquiatria, mas também tinha formação em Química. Essa pode ser não ser a fórmula real, mas é um bom palpite e vocês o que acham? Deixem nos comentários sua opinião e nos vemos no próximo texto.

 

Referências

aturina in Dicionário infopédia da Língua Portuguesa [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2020. [consult. 2020-10-28 03:26:06]. Disponível na Internet:

MARTINEZ, Sabrina T.; ALMEIDA, Márcia R.; PINTO, Angelo C.. Alucinógenos naturais: um voo da Europa Medieval ao Brasil. Quím. Nova,  São Paulo ,  v. 32, n. 9, p. 2501-2507,    2009 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422009000900047&lng=en&nrm=iso>. access on  28  Oct.  2020.  https://doi.org/10.1590/S0100-40422009000900047

'WFO (2020): World Flora Online. Published on the Internet;. Accessed on: 27 Oct 2020'

 

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