Aqui estamos de volta para mais uma resenha, mas ao contrário das anteriores me arrisco a dizer que essa pode ter ares diferentes, pois aqui vamos iniciar nossa preparação para uma das estreias mais aguardadas dessa temporada de séries, aqui falo de The Falcon and the Winter Soldier uma minissérie criada para o Disney+ por Malcolm Spellman, protagonizada pelos personagens Sam Wilson/Falcão e Bucky Barnes/Soldado Invernal que irá estrear em 19 de Março de 2021.
Para todos aqueles que acompanham os rumos que Universo Cinematográfico da Marvel está tomando, a importância dessa série é clara - caso alguém tenha passado os últimos dois anos preso dentro de um buraco ou na lua, podemos ter spoliers a frente - uma vez que ao final de Vingadores Ultimato temos a aposentadoria do estimado Steve Rogers o Capitão América, com ele passando o bastão (ou escudo) para Sam Wilson, que ao que tudo indica deve substituí-lo como novo Capitão América.
Portanto, para todos aqueles que estão na ansiedade pela estreia da série nós aqui do Blog separamos algumas histórias que podem mostrar o que nos aguardam nessa trama. Recentemente, imagens da série revelaram o que poderia ser o funeral de Steve Rogers e como tal escolhemos esse marco para ser a primeira das obras que traremos aqui em forma de resenhas.
Acredito que todos conhecemos a história do Capitão América, o jovem idealista que aceitou participar de experimentos afim de poder servir ao seu País na Segunda Grande Guerra, e assim foi o primeiro a receber o famigerado soro do super soldado, que deveria ser utilizado para formar um exército, mas com a infiltração de agentes alemães foi interrompido deixando apenas Steve como resultado.
Dessa forma ele se tornou um símbolo, ele deveria representar todos os ideais e todo o poderio americano, causar tanto medo quanto um exército, inspirar tanto quanto um exército, rumando assim para uma vitória sobre a Alemanha nazista. Em maiores ou menores detalhes, todos conhecemos essa história, mesmo antes da Marvel causar o boom de super heróis no cinema, Steve Rogers era um personagem que transcendia as mídias por sua influência, por sua representação.
E é exatamente assim que nossa história começa, ela nos lembra que dentro desse universo muito dos que hoje se consideram heróis foram inspirados pelo próprio Steve, vemos que seu legado perpassa gerações inteiras e como sua ausência é sentida por todos ao seu redor, pois além de um líder, ele era um amigo, um companheiro, alguém em que se podia confiar e mesmo quando errava, pois nem mesmo ele era perfeito, era o primeiro a tentar se redimir.
Assim, Morre uma lenda nos trás uma história contada em seis partes, a primeira nos mostra os feitos do homem e também as consequência de seus atos, uma vez que a história segue diretamente os acontecimentos da Guerra Civil, somos relembrados a todo instante a importância do personagem, pois quando sua morte acontece, de forma fria e rápida, sem heroísmos, sem grandes feitos o choque é instaurado em nossa percepção, assim como na de todos. O Capitão América esta morto!
E assim, temos o começo real da história e nos encontramos de luto, e essa foi a forma que o conjunto de autores e ilustradores: Jeph Loeb, J. Michael Straczynski, Leinil Yu, Ed. McGuinness, John Romita Jr., David Finch, John Cassaday, escolheu para nos contar essa história, ao longo das cinco partes restantes somos apresentados a cinco histórias, com cinco protagonistas, todos eles representando um estado do luto. Representando aquilo que todos sentem.
Primeiros entramos em negação e esse papel cabe a ninguém menos que o carcaju mais famoso das histórias, vemos a crescente negação, a necessidade de comprovação e ao mesmo tempo o medo da realidade nas ações de Wolverine enquanto ele se embrenha nas fundações da SHIELD para ver o corpo do falecido Capitão. Quando já não nos cabe mais o papel de negar, passamos a sentir raiva e aqui vemos os próprios Vingadores e percebemos a raiva que precisa ser extravasada em cada uma de suas ações, discussões afloram a todo instante e ao final até mesmo o nível de força utilizado é questionando.
Quando a raiva passa, vemos a barganha, a negociação, a tentativa de suavizar a dor, capítulo esse protagonizado por Tony Stark que se prende a ideia de encontrar alguém para substituir o Capitão, de ter alguém ali que atue como ele e assim faça a dor e a culpa que o próprio carrega consigo diminuírem. Quando a negação, a raiva, a barganha já não funcionam mais, somos enfim jogados no fundo do poço e sentimos a depressão por meio do Homem-Aranha, sempre questionando suas escolhas e seu papel nos eventos anteriores, ali já não reconhecemos nosso herói de sempre, quieto e cabisbaixo, dando respostas agressivas vemos no Peter seu lado mais frágil, que se recusa a tirar a máscara para que os outros não vejam as lágrimas que ele luta para conter.
E por fim, finalmente, encontramos a aceitação. E aqui, todo o universo Marvel é mobilizado, percebemos as gerações de heróis que surgiram por influência do Capitão, vemos aqui como ele era acima de tudo um Herói para os heróis. Em um discurso marcante e tocante, cabe a Sam Wilson fazer a última despedida para o seu amigo. As artes são marcantes e consistentes acompanham o ritmo e clima das histórias, muita vezes nos passando aquilo que os textos não expressam, aqui um mundo esta de luto.
Capitão América Morre uma Lenda é um final definitivo para o legado do personagem, encerrando toda sua participação nas HQs, um pouco do seu peso é diminuído quando lembramos que as mortes não tendem a ser duradouras nas HQs e por isso, esse final que é construído com esmero não encontra um lugar definitivo, mas nos mostra como seria a despedida de um grande herói. Considerando as devidas proporções, podemos esperar que a despedida do Capitão no universo cinematográfico traga justamente o peso de quem ele foi e de suas ações. Continuaremos com nossas análises de obras que podem influenciar a vindoura série The Falcon and the Winter Soldier, portanto, continue nos acompanhando e nos vemos no próximo texto.
Comentários
Enviar um comentário