O Programa Ranger foi uma
uma série de missões espaciais não tripuladas organizado pela NASA na década de
1960. Nessa época, ainda estava acontecendo a Corrida Espacial entre Estados
Unidos e União Soviética, cujo objetivo era desenvolver tecnologia suficiente
que permitisse a construção da primeira aeronave espacial tripulada em órbita e
a chegada à Lua.
Para isso, uma enorme quantia de dinheiro era investido em Ciência e Tecnologia para exploração espacial. Durante esse período, diversos programas foram criados e o objetivo do Programa Ranger era obter as primeiras imagens em close da superfície da lua.
A espaçonave Ranger foi projetada para obter imagens da superfície lunar, transmitindo essas imagens para a Terra. O Programa Ranger teve, ao total, 9 naves espaciais para concluir o objetivo, sendo que os seis primeiros voos não obtiveram o mínimo de sucesso, devido a uma série de contratempos e erros nos cálculos de lançamentos e trajetos.
A Ranger 4, foi lançada no dia 23
de Abril de 1962 e foi projetada para transmitir imagens da superfície lunar
para estações terrestres durante um período de 10 minutos de voo durante a sua
descida e aterrissar uma cápsula carregando um sismómetro e outros
instrumentos, para coletar dados refletividade do radar da superfície
lunar pudesse ser estudado e aprimorar os testes do programa Ranger para
o desenvolvimento de espaçonaves lunares e interplanetárias.
Uma falha no computador de bordo
causou falha na implantação dos painéis solares e sistemas de navegação; como
resultado, a espaçonave caiu do outro lado da Lua, ou seja, no seu lado oculto
e sem retornar nenhum dado científico. Mas foi a Ranger 4 que há 59 anos a
primeira espaçonave dos Estados Unidos a alcançar outro corpo celeste.
Ao contrário dos lançamentos Ranger anteriores, nenhuma dificuldade séria foi encontrada em preparar o veículo de lançamento para o vôo e a sonda também passou em todos os testes de sistema com facilidade. Em 20 de abril, o Ranger 4 foi empilhado no topo do impulsionador e a decolagem ocorreu às 15h50 EST do dia 23 de abril. O lançamento ocorreu perfeitamente para enviar o Ranger 4 em uma trajetória translunar.
Porém após a primeira separação, as estações de rastreamento captaram o transmissor de rádio do Ranger 4, mas não houve dados de telemetria sendo retornados ou qualquer resposta quando os comandos foram enviados ao computador. Sem telemetria, não foi possível confirmar que os painéis solares da sonda haviam se desdobrado, mas o transponder de rádio flutuante indicou que o Ranger 4 estava caindo e que os painéis solares e a antena de alto ganho também não foram implantados.
Os controladores de solo enviaram comandos à sonda para desenrolar os painéis solares e a antena de alto ganho e usar manualmente o sistema de controle de atitude para interromper o movimento em que estava, mas a sonda não respondeu. A equipe de análise de dados da nave espacial no JPL concluiu que o cronômetro principal no computador do Ranger 4 havia parado, o que desativou o sistema de telemetria, eventos pré-programados, como a implantação de um painel solar e também fez com que o sistema não respondesse completamente aos comandos manuais. Mesmo que o impacto lunar ocorresse conforme planejado, a missão foi um fracasso para todos os efeitos. Os problemas que afetaram os Rangers 1-3 foram resolvidos, apenas para a própria sonda falhar completamente, pois ao contrário das missões anteriores, o Ranger 4 não retornou nenhum dado útil.
Sem energia solar, as baterias do Ranger 4 acabaram na manhã de 26 de abril e o transponder de rádio parou de funcionar. O minúsculo transmissor na cápsula do sismômetro continuou enviando um sinal de 50 miliwatts. Ranger 4 impactou o outro lado da Lua (229,3 graus E, 15,5 graus S) a 9 600 km/h (5 970 mph) às 12h49min53 UT em 26 de abril, após 64 horas de vôo.
Oficiais da NASA tentaram colocar uma visão positiva da missão, observando que foi a primeira vez que uma espaçonave americana atingiu a superfície da Lua e que a sonda era "muito mais sofisticada" do que a sonda espacial soviética Luna 2 em 1959, que era pouco mais do que uma esfera pressurizada projetada para depositar bandeirolas na superfície no momento do impacto. O excelente desempenho do impulsionador também elevou o moral.
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