NÃO ENTRE EM PÂNICO!
Muito bem, agora que estamos todos calmos, que tal falarmos sobre uma das personas mais influentes do século passado, suas obras e trabalhos foram assimilados pela cultura pop e hoje estão presentes com muita força no meio geek. Se algum dia você se questionou sobre o significado do número 42, ou de como sempre é importante ter uma toalha em mãos ou da possibilidade de existir um robô deprimido com a vida, pois nada tem significado saiba que o responsável por cada um desses pensamentos tem um nome, e hoje faz 20 anos que o incrível Douglas Adams nos deixou para viver suas próprias aventuras.
Vamos começar conhecendo um pouco mais sobre nosso querido autor, Adams iniciou sua carreira como escritor, logo após se formar em literatura inglesa pela St John's College parte da Universidade de Cambridge, em 1974, passou parte da década de 1970 viajando como mochileiro pela Europa até a cidade de Istambul, na Turquia. O sucesso veio em 1977, Adams conheceu Simon Brett, que trabalhava na rádio BBC 4. Juntos os dois decidem produzir um programa humorístico sobre ficção científica para a rádio. Era o início de O Guia do Mochileiro das Galáxias.
Agora que sabemos um pouco sobre quem foi Douglas Adams, podemos nos aventurar por suas obras, é necessário entender que a influência de Adams não se resume apenas a uma única mídia, ele trabalhou por anos em programas de rádio e televisão, escreveu inúmeras obras como o famoso Guia do Mochileiro das Galáxias, nome do primeiro livro, e da saga que originalmente seria uma trilogia e acabou sendo composta por cinco livros. Além desses, Adams também escreveu os livros Agência de Investigações Holísticas Dirk Gently e A Longa e Sombria Hora do Chá da Alma e por fim a obra inacabada denominada O Salmão da Dúvida.
Podemos também colocar em seu currículo diversas representações bem como dirigir produções teatrais interpretadas em Londres, Cambridge, e no Festival Fringe de Edimburgo. Foi produtor de rádio e autor de guiões para a série de culto da BBC: Doctor Who. Colaborou com os Monty Python em vários projetos.
Para aqueles que nunca tiveram contato com qualquer parte da obra de Douglas, suas obras tinham como principal característica o humor escrachado, no qual o autor usa situações hilárias e bizarras para ironizar a política, a burocracia, as pessoas e suas manias. E assim, com esse humor e críticas tão particulares Adams nos permite viajar em suas histórias.
Somos levados a mundos completamente novos, deslumbrantes e belos, corruptos e sujos, tudo sempre apresentado de forma natural, orgânica, vemos discussões filosóficas em relação aos sentidos da vida e o que fazemos com ela. A mística de seus livros, que contam histórias tão simples, com personagens humanos e reais, é algo que encanta, pois nos faz entrar no seu universo e sonhar e pensar como cada uma das pessoas ali. Que levante a mão aquele que nunca quis ter o próprio Guia, sair por ai como um mochileiro conhecendo e desbravando planetas.
Essa é a mágica de Douglas Adams, ao nos fazer ter uma conexão real com os personagens somos fisgados pela história e então quando as realidades começam a se misturar a ironia de diversas situações nos prendem de vez, ali percebemos como ele próprio era um visionário, apresentando diferentes tecnologias que na época dos primeiros livros não existiam, mesmo assim ao olharmos hoje vemos muitas das criações de Adams presentes no nosso cotidiano, estamos cercados por um mundo globalizado e conectado, podemos ter informações a hora em que quisermos com os nossos guias, afinal o que é o guia se não um celular conectado a uma rede universal (no sentido literal da palavra).
A cada planeta, a cada parada, vemos raças absurdas, vemos raças encantadoras, perigosas, entediantes e para cada uma delas uma história, uma apresentação, uma cultura. Esse fator nos faz querer mais e mais saber como é o universo, saber o que mais pode ter por ai, pois o cuidado com que cada cenário foi criado é perceptível, assim como as pitadas de humor negro, de ironia ou até mesmo situações que beiram ao ridículo sem nenhum pudor e mesmo assim não perdem o timing cômico ou mesmo seu objetivo final que muitas vezes visava criticar situações da vida real.
Ler cada uma de suas obras é uma experiência única, pois nunca se sabe o que esperar, as situações inusitadas que lhe eram tão características e que ele conseguia guiar com maestria. Por isso olhar o dia de hoje também é triste, pois se estivesse entre nós, será que teríamos mais obras suas por ai ou ele teria seguido com sua fama de procrastinador, sempre se enrolando com os prazos.
Após a sua morte muitos eventos ainda ocorreram, contribuindo e expandindo o legado que ele havia deixado, em maio de 2002, o livro O Salmão da Dúvida foi publicado, contendo muitos contos, ensaios e cartas, bem como elogios de Richard Dawkins, Stephen Fry (na edição do Reino Unido), Christopher Cerf (na edição dos EUA) e Terry Jones (na edição de bolso dos EUA). Ele também inclui onze capítulos de seu romance inacabado, O Salmão da Dúvida, que foi originalmente planejado para se tornar um novo romance de Dirk Gently, mas poderia ter se tornado o sexto romance do Guia do Mochileiro das Galáxias.
Além desses outros eventos que ocorreram após a morte de Adams incluem uma produção webcast de Shada, permitindo que a história completa fosse contada, dramatizações de rádio dos três últimos livros da série Guia do Mochileiro das Galáxias junto com a conclusão da adaptação cinematográfica. O filme, lançado em 2005, postumamente creditou Adams como produtor, e vários elementos de design - incluindo um planeta em forma de cabeça visto perto do final do filme - incorporaram os recursos de Adams.
E por fim, sendo talvez uma das homenagens mais bonitas feitas ao autor, em 25 de maio de 2001, duas semanas após a morte de Adams, seus fãs organizaram uma homenagem conhecida como Dia da Toalha , que tem sido lembrada todos os anos desde então. E por hoje ficamos por aqui, celebrando o nome desse que foi um autor visionário em seu meio e que contribuiu fortemente para cultura popular em várias esferas. Peguem suas toalhas, segurem firme seus Guias e nos vemos na próxima jornada.
PS -Se algum dia estiverem caindo, lembre-se basta esquecer de cair para começar a voar.
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