Podemos dizer que desde sempre o ser humano olhou para o Céu e teve curiosidade sobre o espaço e o que estava ali. Essas primeiras observações eram frutos da imaginação e da criatividade humana, o que deu origem às constelações. Elas também originaram a organização dos ciclos na agricultura, a contagem do tempo e os pontos referências para orientar-se na terra e no mar. Eles relacionavam os objetos no céu (e seus movimentos) a fenômenos como a chuva, a seca, as estações do ano e as marés. O homem também utilizou as primeiras observações astronômicas para fins religiosos: em algumas culturas as estrelas, bem como a luz natural em um céu escuro, foram logo identificadas como a divindade responsável pela proteção dos acontecimentos humanos. Acredita-se geralmente que os primeiros astrônomos profissionais foram os sacerdotes. A compreensão que eles tinham do céu era vista como algo divino.
A curiosidade, e a vontade de descobrir e de conhecer sobre o Universo foi crescendo cada vez mais, muitos cientistas se dedicaram ao estudo da Astronomia e hoje já sabemos muita coisa não só sobre a nossa Galáxia, mas sobre o Universo. Entretanto, pouco sabemos que durante séculos, e dentre várias descobertas, as mulheres estiveram presentes massivamente. Ouvimos sempre falar sobre as descobertas feitas por homens, mas e as mulheres?
Uma das descobertas mais importantes no ramo da Astronomia é o entendimento do que são feitas as estrelas e quais elementos temos mundo afora, e pouca gente sabe, mas quem está por trás disso são mulheres além de seus tempos.
Foi em 1925 que uma cientista chamada Cecília Payne escreveu uma das teses mais brilhantes no campo da astrofísica, segundo caracterização de inúmeros e renomados cientistas dos quatro cantos do mundo. O trabalho científico em questão adotou a seguinte denominação: Atmosferas estelares, uma contribuição para o estudo da observação de altas temperaturas nas camadas revertidas das estrelas. Com essa tese de doutorado, Payne se tornou a primeira pessoa a conseguir o título de doutora em astronomia pela Radcliffe College, atualmente integrante da Universidade de Harvard. A tese de Payne revolucionou a astronomia.
O conhecimento corrente, por todos aceito, indicava que a composição química do Sol era idêntica a da Terra. Com seu trabalho de doutorado, Cecília Payne foi pioneira na demonstração de que o Sol é composto primariamente de hidrogênio. A conclusão vale para as estrelas de uma forma geral e define esse elemento químico como o mais abundante no universo. Ela chegou à essa conclusão junto com outras pesquisadoras mulheres como Annie Jump Cannon, que catalogou e classificou os espectros de mais de 250 mil estrelas, e por Henriquetta Swan Leavitt que calculou a distância das estrelas segundo sua luminosidade. Elas trabalhavam em um projeto de examinar os espectros já obtidos de milhares de estrelas e o objetivo era desenvolver um sistema de classificação espectral no qual todos os aspectos espectrais, e não somente as linhas de Balmer, variavam suavemente de uma classe espectral para a próxima.
A tese da Payne é recheada de espectrometria atômica que interpretaram as pressões, temperaturas e composição das estrelas. Basicamente, ela conseguiu relacionar as classificações e cálculos realizados previamente por Cannon e Leavitt para concluir que as estrelas são compostas majoritariamente por Hidrogênio e Hélio. Essa foi uma das maiores e mais importantes descobertas da Astronomia, pois pôde de fato, nos dizer do que o Universo é feito.
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