Como eu disse na semana passada estamos trocando um pouco os ares em relação aos personagens analisados, para tanto começamos pelo Homem-Aranha e seguiremos agora por alguns dos heróis que compõem o universo compartilhado com o nosso querido amigão da vizinhança. São muitas opções de escolha, mas posso dar algumas dicas para ver se vocês conseguem acertar de quem estamos falando.
Pra começar, esse personagem teve como inspiração um dos mais famosos contos ingleses, O Médico e o Monstro, ele é considerados uma das maiores mentes de seu universo, tem sérios problemas para controlar a raiva e fez muito sucesso em aparições recentes no cinema, mesmo não tendo um filme solo a alguns anos.
Na história original dos quadrinhos, o Hulk é apresentado como um alter ego do Dr. Robert Bruce Banner, que apresenta comportamento selvagem e uma força descomunal. Banner sofreu um acidente durante testes militares de uma bomba que o próprio desenvolveu, sendo atingido por raios gamas enquanto salvava um adolescente, conhecido como Rick Jones, que mais tarde se tornaria seu amigo e companheiro sempre protegendo-o daqueles que viam o Hulk como uma ameaça.
A radiação mudou o doutor, que ao invés de morrer em decorrência da exposição aos raios gamas passou a ter que conviver com uma outra parte sua, o golias esmeralda, como foi apelidado, na qual ele se transformava, perdendo o controle de suas ações, mas adquirindo fortes poderes. Nas primeiras histórias a transformação de Banner em Hulk acontecia somente à noite, lembrando as lendas de licantropia, mas isso não durou muito tempo e os criadores entraram em acordo mudando as condições de suas transformações, que passariam a ocorrer sempre que Bruce ficasse irritado, despertando seu lado mais selvagem.
Agora eu trago um questionamento, o que vocês acham que aconteceria se uma pessoa normal fosse exposta a radiação gama nas mesmas quantidades que nosso bom doutor? Bom acho que para se ter uma resposta, primeiro precisamos entender algumas coisas sobre radiação, seus efeitos e consequências.
Como sempre, acho importante começarmos nossas análises a partir do início de tudo, o estudo da radiação não é algo tão recente, a descoberta da radioatividade aconteceu em 1896, pelo físico francês Antoine Henri Becquerel a partir de estudos com sais de urânio. Mas essa descoberta não se deu de forma isolada, pois no mesmo período outros pesquisadores traçavam pesquisas em caminhos semelhantes. O físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen, no ano anterior, já vinha estudando a propagação dos raios catódicos, feixes de elétrons que são lançados no espaço de dois polos, e havia conseguido produzir radiação eletromagnética em comprimentos de raios X. Somando-se a esses pesquisadores também tem-se os estudos conduzidos pelo casal Pierre e Marie Curie, que buscavam entender a radioatividade e os elementos que eram capazes de produzi-la.
Percebemos então que o estudo da radiação, bem como suas fontes, ocorre a mais de um século, mas ainda é necessário ter a noção do que seria efetivamente esse fenômeno de radiação. De forma física, a radiação pode ser definida como a energia em movimento, seja por meio do vácuo ou de um meio material qualquer. Sua fonte de emissão pode ser natural, como a luz do Sol ou por meios artificiais, quando gerada por equipamentos em procedimentos médicos e industriais.
Em suas trajetórias, ao interagir com a matéria e com os corpos localizados no caminho em que estão seguindo a energia tende a depositar neles uma pequena quantidade de energia que depende do tipo de radiação e do meio em que ela esta se propagando. Assim, abrimos aqui outro ponto, a forma como a radiação pode ser classificada depende do elemento que a conduz e se resume em duas categorias: Radiação Corpuscular e Radiação Eletromagnética.
Quando a radiação é corpuscular ela se propaga por meio de partículas subatômicas, as quais aqui podem ser citadas como elétrons, prótons e nêutrons, que sofrem influência de suas cargas, massa e a velocidade em que estão se movendo. Enquanto isso a radiação eletromagnética se propaga a partir de um campo elétrico e magnético, na forma de ondas, abordando diferentes faixas do espectro eletromagnético.
Mas isso ainda não é apenas o bastante, para entendermos melhor é necessário levar em conta outros fatores como fonte, efeitos e o tipo de radiação. Quando falamos de fonte, consideramos emissores como o sol, estrelas e determinados elementos químicos que são capazes também de produzir energia. Além disso, quando analisamos os efeitos gerados a radiação pode ser classificada como ionizante ou não ionizante.
Para nós aqui em nossa análise é importante entendermos o que é o efeito ionizante, que pode ser entendido como aquele que tem energia suficiente para provocar a ionização em átomos tornando o meio em que penetram eletricamente carregados. Podemos citar como radiações ionizantes as partículas alfa, beta e os raios-gamas.
Nossa, falamos muito, mas finalmente poderemos responder nossa pergunta inicial, o que aconteceria se alguém fosse exposto a radiação gama? Sabemos que a radiação gama é categorizada como radiação eletromagnética e possui efeito ionizante, isso significa que se trata de uma onda que se move a velocidade da luz, sendo gerada por elementos radioativos e ao penetrar um determinado corpo ele gera um processo de ionização que pode gerar graves danos ao núcleo das células.
Isso significa dizer que as chances de você se tornar o Incrível Hulk sendo exposto a radiação gama é mínima e que o resultado provável é a morte. Espero que essa viagem até aqui tenha sido clara, mas se alguma dúvida ainda resta vamos debater sobre nos comentários. Até o próximo texto.
Referência
RADIAÇÃO: SUA DESCOBERTA, CLASSIFICAÇÕES E APLICAÇÕES. Disponível em: https://www.sapralandauer.com.br/potecao-radiologica-saiba-os-principais-aspectos-normas-e-tecnologias-empregadas/o-que-e-radiacao-nocoes-basicas-de-protecao-radiologica/ Acesso em: 11 nov 2020.
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